sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Porque Deus me deu a oportunidade de ter o Victor! :)

Olá!

Antes de tudo, quero agradecer a todo o carinho que nos foi dado nesses últimos tempos. Muito obrigada! I love you

Vou contar como foi o parto e, quando tiver oportunidade, conto como foi o internamento (se eu não me esquecer de nada Very Happy).

Vamos pelo início:

Dia 18 de Novembro de 2010.
Pelas 8:20h, dou entrada nas urgências de obstetrícia, tal como tinha sido anteriormente combinado, para procederem à indução do parto, já que eu estava com 41 semanas e 1 dia de gravidez. Apesar de estar um pouco ansiosa, o que é perfeitamente normal, não estou nervosa. Passo pela enfermeira que faz a triagem básica para eu depois ser vista pela obstetra de serviço: pressão arterial normal, batimentos cardíacos do bebe também normais, contar a história da minha vida, para além da vida dos meus familiares. Very Happy Depois sou vista pela obstetra que, depois de mais algumas perguntas, pede que eu dê entrada novamente nas urgências, a fim de que o meu processo fique registado.
Eu e o T. aguardamos ainda um bom tempo até uma auxiliar vir me chamar para eu ir ao piso 6 (o piso onde ficam as salas de dilatação e os blocos de parto), enquanto o T. deveria aguardar que lhe chamassem para, só depois, ir ter comigo.
Subo, coloco aquela linda roupinha de hospital, onde ficamos com a porta dos fundos completamente desamparada, e, depois de fazer xixi para um pedacinho de papel e de levar com dois microlaxes, vou para a sala de dilatação número 3, cama 4.
Primeira tortura: colocar o cateter na minha mão para colocarem o soro. A primeira veia rebentaram, a segunda, com custo, aguentou, mas passei o tempo todo sofrendo cada vez que alguém vinha colocar alguma medicação. (aliás, até hoje me dói essa veia)
Por volta das 11:00h sou vista por uma obstetra que, depois me fazer o toque diz "Hummm... Colo muito alto, nem sequer toco a cabeça do bebe. Ele está completamente a boiar aí dentro. Vamos administrar 1/4 de comprimido, apesar da minha vontade ser colocar já logo dois para ver se despachamos isso. Mas já aviso: isso é para durar!..." pale
Passado um pouco o T. veio para junto de mim e tentava me entreter o máximo possível e na medida do possível. É claro que o jogo de espera era algo muito entediante quando o assunto começava a ficar escasso.
Comecei a ter algumas contracções que, passado pouco tempo, começaram a ser regulares, mas com pouca dor.
Durante um determinado momento, reparei que o batimento cardíaco do Victor desacelerou muito, tipo de passar dos habituais 130 / 140 para 70. pale Veio uma enfermeira ter comigo, fez um apontamento no registo do CTG e saiu. Eu ainda perguntei se estava tudo bem, e ela disse que sim, mas a verdade é que, toda vez que aparecia alguma enfermeira junto de mim, elas comentavam algo sobre essa desaceleração entre elas e da falta de preocupação dos médicos quando lhes comunicaram. Virava e mexia lá voltava a desaceleração, não tão acentuada como essa primeira. Houve uma altura em que os médicos vieram ver o que se passava, mas apenas disseram que era algo normal, o que não me inspirava a menor confiança.
Pelas 18:00h, aproximadamente, vieram colocar outro 1/4 de comprimido. A partir desse momento as contrações deixaram de ser regulares como estavam, mas a dor começou a intensificar.
Lá pelas 22:00h o T. disse que iria para casa, que iria jantar e que tentaria descansar um pouco, voltando lá pelas 6:00h. Eu disse que sim, que, tal como a médica disse, era algo para demorar e que não valia a pena ele estar ali esse tempo todo. Também me custava muito que ele estivesse ali ao meu lado, vendo que eu estava com dores e não poder me ajudar em nada.
Pelas 22:45h, aproximadamente, vieram algumas médicas me ver. Novo toque, que viram que o colo continuava muito alto e apenas com um dedo de dilatação. Acharam que deveriam romper a bolsa para ver se o parto acelerava. Eu já estava a ver o filme todo: se naquele momento as contracções já custavam, mas com respiração eu ainda controlava um pouco a dor, depois de romperem a bolsa é que seriam elas!... pale
Com muito custo e só com a ajuda de duas médicas, conseguiram romper a bolsa. Passado pouco tempo as contracções vieram com a força toda. Por muito que as enfermeiras disseram que a respiração rápida e superficial ajudava a aguentar a dor, a verdade é que só quando eu respirava fundo é que conseguia, de alguma forma, amenizar um pouco.
Já comecei a pedir que me chamassem o anestesista de serviço, porque já não aguentava mais. Eram muito fortes e cada vez a coisa complicava.
Eram 23:45h quando o obstetra de serviço veio ter comigo, fez um novo toque e diz "Isso não está a andar para frente e eu acho melhor fazermos uma cesariana". Honestamente foi a melhor notícia que me deram naquele momento.
A minha primeira preocupação foi "O T. não está aqui e, quando ele chegar, o bebe já vai ter nascido... Eu queria que ele soubesse logo." Mas, mal eu olho para trás, vejo ele a entrar na sala de dilatação. Eu lhe pergunto se alguém tinha ligado para ele, ele disse que não e pergunta o porquê. Eu digo que acabaram de me dizer que resolveram fazer uma cesariana. Eu pergunto o porquê que ele voltou e ele disse que, chegou em casa, tentou dormir, mas como não parava de pensar em mim, resolveu voltar. Eu só pude dizer obrigada por ter voltado. :)

Dia 19 de Novembro de 2010.
Começo a ficar impaciente com o facto de o anestesista nunca mais aparecer, mas fico com a impressão que aquilo está completamente sobrecarregado de partos. Pergunto a todas as enfermeiras que aparecem quando é que eu vou poder falar com o anestesista, mas todas me dão respostas evasivas (aliás, como todo o tempo que estive ali), apenas uma, e depois de muito tempo, vem me dizer que a epidural vai ser administrada no bloco operatório e que só estavam a terminar de esterilizar o local da última cesariana que, assim que possível, me levariam para lá. Finalmente uma resposta como deve de ser!...
Pedem para que o T. saia, ele se despede de mim e sou transferida para o bloco operatório.
Mal a anestesista me dá a epidural é que eu me dou conta de como estou cansada. Tento lutar para me manter acordada, apesar de estar sempre com os olhos fechados.
O ambiente no bloco era engraçado: as enfermeiras, o médico e a anestesista eram super simpáticas estavam sempre a brincar uns com os outros, enquanto eu tentava não dormir. Passado um bocado, ouço o médico a perguntar a hora. Uma das enfermeiras diz 1:36h e me diz "parabéns". Eu digo obrigada, mas não percebo muito bem. Ela deve se ter dado conta, porque me disse "Parabéns, já nasceu!". A minha primeira preocupação era ouvir o choro, que nunca mais aparecia. Demorou um pouco para que ele surgisse, mas veio, discreto e rápido, mas veio. :) Depois de ouvir o choro, fiquei a espera que alguém me mostrasse o bebe, mas ninguém veio me mostrar. Como eu tinha reparado que a balança estava do meu lado esquerdo, à altura dos meus olhos, consegui ver que colocaram ele na balança e a tirá-lo rapidamente.
O médico depois surgiu por trás das "cortinas" para me dar os parabéns. Eu perguntei onde estava o bebe e ele disse que deviam ter levado ele para vê-lo, mas, ao olhar para trás, viu que estava no berço por trás dele. Todo enroladinho. :)
Só quando eu fui para a sala de recobro é que uma das enfermeiras me trouxe o Victor. Esteve comigo um bom tempo ainda, tentando fazer com que ele mamasse, mas a coisa estava complicada. Apesar de ele estar cheio de força para mamar, eu estava com dificuldade em lhe fazer mamar, primeiro porque eu tenho a mama muito grande e o mamilo muito pequeno, segundo porque a posição não era a mais favorável, já que eu estava deitada e não podia ter a cabeceira da maca elevada, para o caso de eu me sentir mal.
Eu continuei a tentar lutar para ver a cara dele como devia de ser, o que era quase impossível na posição em que eu estava com ele no meu braço. Era algo que me incomodava imensamente: não poder olhar direito para ele.
O T. veio ter connosco e a primeira coisa que eu lhe disse foi "conheces esse gajo?" Very Happy
Foi tão bom ver o T. tão derretido com o filho. Ainda ficou ali connosco um bom tempo, apesar de, para mim, ser apenas alguns minutos.

Há tanta coisa que passa na nossa cabeça nesse momento, tantas emoções que às vezes nem sabemos administrar.
Eu tive a grande sorte de poder contar com o T. durante todo o tempo, desde a gravidez, até agora que o Victor nasceu.
Ele tem sido um grande apoio em diversas áreas da minha vida, mas, de todas, essa é a mais importante, e ele está ao meu lado. Amo muito esse homem e a cada dia o amo mais e mais.
Só posso dizer amor, muito obrigada.


Eu antes tinha um amor, agora tenho dois. I love you

2 comentários:

Anónimo disse...

Esse coração de pai... :)

Uma epopéia, sem dúvida! Mas valeu a pena!

Um beijo para os três!

Mirian

carlavc disse...

Um bonequinho lindo!
Desejo-vos as maiores felicidades deste Mundo.

beijinhos

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